fêmea feroz
Papo de Fera
[Papo de Fera #6] A vida depois do peak trans
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[Papo de Fera #6] A vida depois do peak trans

reencontrando o teto político entre mulheres
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Olá ouvintes, irmãs e camaradas!

Nos últimos dias, uma pessoa do sexo masculino auto-identificada como travesti deu o que falar nas redes sociais após realizar, durante a programação de um simpósio de uma universidade pública, uma “performance” pornificada que convidava sua plateia à “transgressão” através da “educação pelo c*”. Episódios como este têm sido cada vez mais frequentes dentro da academia, que se converteu completamente à seita filosófica queer, demarcando sua posição nesse espaço de produção de ferramentas de controle patriarcal e a total degeneração do que hoje é uma esquerda moribunda.

Se por um lado, apoiadores lunáticos aplaudem esses sujeitos – e sua representação escrachada da feminilidade construída pelo macho, que as feministas estão há décadas combatendo com ferocidade –, por outro, esse, entre muitos episódios, são daqueles capazes de gerar aquela fagulha de questionamento em mulheres que ainda se encontram em cima do muro, mesmo as que aparentam ser mais dóceis. Quando essa fagulha se encontra com a chama da fogueira das canceladas, supostamente isoladas politicamente e pintadas como loucas fóbicas pelo progressismo misógino e chantagista, uma mulher tem a chance de acordar do transe.

No episódio #5 (ou #6) o assunto foi peak trans – também conhecido como aquele momento onde você percebe que recebeu uma lavagem arco-íris e caiu no papo da seita negacionista mais hypada do planeta. Aquele momento no qual a realidade bate na cara de forma incontornável e te prova por A mais B que a única mulher que existe é a fêmea humana. (E que se alguém está tentando exaustivamente te convencer do contrário, essa pessoa sofre ou de ingenuidade, ou de mau-caratismo.)

Durante esse papo, nós compartilhamos um pouco de nossas histórias, navegando pelos caminhos que nos levaram até esse momento de epifania. Também trouxemos um pouco das nossas experiências após o peak e como elas contribuíram para o que chamamos de “peak esquerda” – aquele momento em que nos demos conta que a esquerda nunca foi feminista, ao menos não na prática, e que a tal “camaradagem” não é recíproca quando o assunto é a emancipação das mulheres. Nesse momento, algumas experiências prévias passam a fazer total sentido. Experiências que podem ser repetidas por diferentes mulheres que se envolveram em diferentes coletivos, partidos e organizações. 

O que isso nos indica? Somente o futuro poderá dizer. A resposta, no entanto, parece se situar em novas possibilidades de coalizão entre mulheres, que sejam independentes e centradas em nossa categoria.

Dá o play nesse episódio, compartilha com alguém que tá precisando ouvir mais sobre o peak trans e comenta aí embaixo como foi a sua experiência!

Não esqueça também de dar aquela força no Spotify e aqui no Substack.


Referências mencionadas:

Sobre peak trans: https://femeaferoz.substack.com/p/despertando-do-delirio 

Sobre anti-feminismo proletário: Maria Mies. “Segunda etapa: a dona de casa e a família nuclear, a ‘colônia’ do ‘homem pequeno branco’”. Em: Patriarcado e acumulação em escala mundial. Pgs. 204-214.

Papo de Fera com Raquel Marques: https://femeaferoz.substack.com/p/papo-de-fera-5-eleicoes-de-2024-esquerda

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