fêmea feroz
Papo de Fera
[Papo de Fera #9] Machismo à moda progressista
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[Papo de Fera #9] Machismo à moda progressista

hostilidade horizontal e violência contra mulheres
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Cross-post de fêmea feroz
Olá olá pessoal! Chegou o primeiro Papo de Fera do ano e ele tá bom demais! Vem com a gente rir dos maiores absurdos de janeiro. Aproveitem e espalhem o podcast para pessoas amigas. -
Ilustração de Master of the Housebook, pintor anônimo que vivei durante o século XV.

Olá, mulheres e ouvintes! Como vocês estão?

Já estamos em 2025, final de janeiro, e sim, estamos um pouco atrasadas, mas chegamos com mais um Papo de Fera para começar o ano com tudo. E que começo de ano! A conjuntura política está mais maluca do que nunca e tudo parece estar fora do eixo crítico.

No episódio de hoje, vamos mergulhar em alguns assuntos quentes. Primeiro, a treta que está rolando no meio literário e editorial brasileiro após a publicação do episódio “CPF na nota”, do podcast Rádio Novelo, do qual vocês já devem ter ouvido falar. Esse caso deixou escancarada a violência (muitas vezes disfarçada, mas insidiosa) contra mulheres dentro da elite artística-intelectual e progressista, evidenciando a impossibilidade de quaisquer empreendimentos masculinos contribuírem para a luta de libertação das mulheres.

Também comentamos desde o decreto do Trump sobre a proteção das mulheres contra o extremismo da ideologia de gênero, passando pelo caso Neil Gaiman – que, aliás, levantou um debate importante sobre BDSM, fetichismo e consentimento. Puxando um gancho com a Sheila Jeffreys em A origem da política queer, obra que está prestes a ser publicada pela Ginna em algumas semanas (aproveitem o preço e os benefícios da pré-venda e nos ajudem a manter esse rolê autônomo), será que as mulheres realmente estão em condições de consentir com certas práticas e, mais do que isso, abrir mão do pacto patriarcal que situa os homens nos centros de suas vidas e atuações políticas? Onde entram as tias Lydias na defesa do patriarcado e por que é tão difícil romper com a velha hostilidade horizontal?

De um lado político ao outro, o que percebemos é que as mulheres não possuem nenhum horizonte de emancipação e autonomia ao se sujeitarem à tutela e à aprovação de “seus homens” – seja ele o homem de bem, o pseudo-reformado desconstruídão ou o macho de saia. Nos sobra, então, uma necessidade latente de retomar e reparar nossas relações mais primitivas com nossas mães, nos aproximar de núcleos locais de mulheres e voltar nossa energia para empreitadas tocadas por mulheres que saibam se definir.

Esperamos que gostem desse episódio!

Um abraço,

Ana e Marina